quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

PERNAMBUCANO SUB-20 COMEÇA NO DIA 17/03

Neste ano, além dos 12 clubes da Série A1, o campeonato contará com mais 4 clubes convidados: Vitória, Cabense, Vera Cruz e Atlético Pernambucano.
A Federação Pernambucana de Futebol aumenta a quantidade de times com o intuito de fortalecer as categorias de base dos clubes pernambucanos – que já revelaram grandes atletas. As 16 equipes participantes serão divididas em quatro chaves de quatro times, os quais jogarão no sistema de ida e volta. Classificam-se três clubes de cada chave. A fórmula de disputa após a fase de grupos e a tabela serão divulgadas na próxima sexta-feira (2).
Já levantaram a taça o Santa Cruz Futebol Clube e Sport Club do Recife, que, agora, buscam o oitavo título; o Clube Náutico Capibaribe, que corre atrás do tetracampeonato; e o Clube Atlético do Porto, que tenta seu terceiro troféu.

Preleção: treino a treino ou apenas no dia do jogo?

Entenda como Villas-Boas, ao longo dos dias, fazia tudo progredir na sua complexidade, com conceitos somados
A preleção é algo que está contido no futebol e faz parte do dia de jogo de quase todas as equipes.
Mas o que é a preleção? Para que ela serve? Só a utilizo no dia da partida?
Segundo o dicionário Michaelis, a palavra preleção significa: “Ato de prelecionar; Lição; Discurso ou conferência didática.”
Vamos analisar mais a fundo o significado “conferência didática”.
Segundo o mesmo dicionário, as palavras “conferência” e “didática” significam:
“Conferência - Reunião de pessoas para discutirem um assunto importante.”; “Didática - Arte de ensinar.”
Visto isso, podemos definir que a preleção é uma reunião orientada por uma ou mais pessoas que utilizam-se de recursos pautados na arte de ensinar.
O que isso quer dizer praticamente?
Significa que a preleção é um ambiente de aprendizado e não apenas um momento em que o treinador ou a comissão apresenta as suas respostas para os problemas do jogo.
Não quero dizer aqui que o treinador deve sentar no banco e os jogadores assumirem a discussão, mas sim que o treinador deve orientar o processo e levar os jogadores a refletirem sobre os problemas do jogo em si.
Para levar a discussão à prática, peço licença para reproduzir um trecho do livro “André Villas-Boas: Special Too”, em que o então goleiro da equipe do FC Porto, o brasileiro Hélton, se refere à preleção (chamada de palestra por ele no trecho) do treinador português antes do jogo final entre Porto e Braga na final da Liga Europa:
“(...) a palestra mexeu muito conosco... foi maravilhosa. Espetacular. Fez pensar, refletir. Quando é mais do mesmo, por exemplo, “vamos lá jogar para ganhar”, não tem grande efeito nos jogadores, porque estamos sempre a ouvir isso. Ali foi diferente, ele acrescenta sempre uma novidade, isso é espetacular.”
Veja o quanto de informação importante sobre a forma com que os jogadores veem a palestra temos nesse trecho.
Estamos no caminho certo? Será que nossos jogadores estão satisfeitos com nossas palestras?
Nesse momento específico devemos trazer coisas novas e não fazer mais do mesmo. Para isso podemos utilizar diversos recursos e abordar temas pertinentes ao momento do processo e não ficarmos “patinando” nos mesmos tópicos sempre.
Além disso, não precisamos nos focar apenas no próximo adversário!
Existem muitas coisas que podem e devem ser abordadas nessa conferência didática. Por isso a preleção deve ser vista para muito além de uma simples conversa de vestiário e ser entendida como um processo que se inicia juntamente com o processo de treino. Sendo assim, a preleção deve ser diária e no momento da partida, e o treinador não precisa e não deve tentar mudar o mundo, pois ao longo da semana tudo foi preparado para a equipe ter uma performance adequada àquele momento.
A fim de auxiliar na discussão, utilizo novamente um trecho do livro referido acima. Neste momento, o autor destaca a forma com que o treinador português André Villas-Boas conduz o processo de preleções da equipe.
“Muita gente tem a ideia de que a palestra que se faz antes dos jogos é uma peça fundamental do trabalho de preparação para um jogo. Até pode ser, por circunstâncias diversas, mas a verdade é que para os treinadores modernos vale muito mais o que se vai dizendo aos jogadores ao longo da semana.(...)
(...)Era exatamente isso que André Villas-Boas fazia no FC Porto. Começava a preparar os jogos em pequenas conversas que tinha com os jogadores, abordando pormenores sobre o posicionamento da equipe e dos próprios jogadores, falando dos adversários e da sua motivação, dos ambientes, etc.(...)
(...)A preparação feita nos dias que antecediam um jogo permitiam chegar ao dia do encontro e não ser necessário dizer grandes coisas nas tais palestras.”
Vejam que a preleção faz parte do processo!
Não há segredos.
Ao longo dos dias, das semanas, tudo deve progredir na sua complexidade e os conceitos devem se somar ao longo do tempo.
Nada é isolado e muito menos deve ocorrer a esmo, pois a performance não ocorre por acaso! Ela é fruto do trabalho diário!
Bibliografia
Perreira L.M., Pinho J. André Villas-Boas: Special too. Prime Books. Portugal, 2011
 
Disponível em:

Pilares práticos utilizados como referência na construção do jogar

Entendimento e reflexões em busca de nortear a elaboração de um Modelo de Jogo


Leonardo Gondim 

Intrínsecos ao processo de modelação, hierarquização e construção do “jogar” que o futebol moderno exige, encontram-se o entendimento e detalhamento das fases e momentos inclusos dentro de uma partida.
Considerando a complexidade do jogo, oriunda da somatória de ações instantâneas e de ocorrência aleatória, busca-se a identificação das ações maiores que norteiam o jogo.
No intuito de gerar um melhor entendimento para os leitores, denominar-se-ão essas ações maiores que atuam em um jogo de futebol como “pilares práticos da construção do jogar”. Neste sentido cabem reflexões sobre o entendimento dos conceitos de fase e momento, pois se pode dizer que o jogar consiste em fases precedidas por momentos de alteração de postura.
Tem-se, como conceito de momento, uma ação instantânea, ou seja, algo imediato. No entanto, por fase pensa-se em um processo que passa por inicio, condução e conclusão. Sendo assim, vamos entender essa sequencia de ações.
Serão abordados, então, os ditos “pilares de entendimento” referentes ao “jogar”, quais sejam:

- Organização defensiva -> Transição ofensiva -> Organização ofensiva -> Transição defensiva – (Exemplo de organização de postura referenciado pelos pilares práticos da construção do jogar)
Faz-se necessário ressaltar que, de acordo com um entendimento global do jogo, os quatro pilares apresentados estão intimamente interligados, manifestando-se de modo contínuo e com sequência randomizada.
Como uma abordagem inicial, buscaremos refletir sobre o conceito e alguns desdobramentos relacionados à organização defensiva.
Inserida a um sistema de relações que constitui o modelo de jogo, a organização defensiva engloba ações coletivas que, margeadas por princípios defensivos, conduzem a postura de uma equipe quando em ação “marcadora” (sem a posse da bola ou, com a mesma, de modo que exista um balanço defensivo – jogadores que, mesmo sem o poder da posse da bola, organizam e preocupam-se com a futura obrigação em defender- Conceito abordado em seguida).
Ou seja, pode-se conceituar organização defensiva como o ato coletivo atuante em prol da neutralização dos objetivos ofensivos do oponente, de modo a utilizar princípios defensivos elaborados e inseridos no modelo de jogo.
Sendo assim, alguns exemplos de organização desta manifestação tática do jogo, ou seja, algumas maneiras ou padrões para marcar as ações ofensivas do adversário, serão analisados.
O autor português Castelo, defende que a organização do processo defensivo baseia-se em três aspectos importantes:
- Equilíbrio/balanço defensivo: ocorre em situações em que, ainda em poder da posse da bola, a equipe visa se organizar e se preparar para uma futura obrigação em defender;
- Recuperação defensiva: tem início à medida que a equipe tenha sido impossibilitada de recuperar a bola imediatamente ao momento de perda, e sua duração se dá até ao momento de obtenção do padrão defensivo estipulado pelo modelo de jogo;
- Defesa propriamente dita: Aplicação prática do padrão defensivo da equipe e dos princípios defensivos pré estabelecidos, sejam coletivos ou individuais;
Tendo em vista as ferramentas que irão estruturar o tipo de organização do processo defensivo escolhido pelo treinador, serão abordados, por fim e de modo genérico, alguns exemplos dos referidos tipos:
- Defesa individual x defesa “homem a homem”: Marcar individualmente significa demonstrar preocupação com indivíduos que sejam decisivos às ações do jogo. Esse método evidencia situações de “um contra um” e igualdade numérica, porém, um defensor não executa a marcação em um mesmo jogador de ataque por toda a passagem defensiva, logo, trocas de marcação são constantemente executadas.
Como defesa “homem a homem”, por outro lado, entende-se a preocupação individual, seguindo os mesmos preceitos da marcação individual, em relação a jogadores decisivos, porém, a diferença consiste no fato de um defensor seguir executando a marcação em um mesmo jogador de ataque, até o final de uma passagem defensiva.
COMENTÁRIO DO VÍDEO GERADO PÓS-EDIÇÃO:
- Nos trechos demonstrados, nota-se uma grande preocupação em marcar a saída de bola do Barcelona e os chamados “abertos e profundos” (pontas) da equipe Catalã. Os zagueiros extremos da equipe do Bilbao executam perseguições aos pontas quando os mesmos se deslocam para o centro do campo, não se importando com o espaço que, possivelmente, se forme através desse deslocamento. Uma clara demonstração de organização defensiva “homem a homem”.
De modo geral, nota-se, nos dois métodos, o predomínio de referências defensivas individuais, ou seja, entende-se que o adversário é sempre perigoso, independente de sua localização.
- Defesa à Zona: Método que possui os espaços ocupados como maior referência dentro de ações de marcação, logo, o intuito maior é ocupar, de modo coletivo, os espaços mais perigosos do campo. Por espaço perigoso entende-se aquele próximo a bola e os ocupados pelas primeiras opções de apoio ao jogador detentor da posse, ou seja, é um método que exige uma ocupação de espaço racional e equilibrada, de modo a induzir o adversário a atuar em zonas mais densas do sistema defensivo da equipe que marca.
- Defesa à Zona Passiva: Forma de defender que apresenta como objetivo o encurtamento de espaços, criando dificuldades de ação ao ataque adversário, até que haja o erro.Consiste num método de defesa que não apresenta uma luta incessante em busca da bola, e sim uma postura paciente e indutiva, de modo a esperar o erro do adversário.


Disponível em:
http://www.universidadedofutebol.com.br/2012/01/1,15179,PILARES+PRATICOS+UTILIZADOS+COMO+REFERENCIA+NA+CONSTRUCAO+DO+JOGAR.aspx?p=1