quinta-feira, 7 de abril de 2011

Heróico, Galícia vence o Atenas de virada na estreia pela Punta Cup


Grupo que começou a Punta Cup com o pé direito, em San Carlos/Foto: Murilo Gitel
Murilo Gitel/Enviado especial a Punta del Este
O verdadeiro espírito do “Demolidor de Campeões” baixou na tarde desta quinta-feira, 7 de abril, no estádio de Atenas, em San Carlos, cidade vizinha a Punta del Este (URU). Melhor para o time sub-18 do Galícia que, mesmo com um jogador a menos desde os 14 minutos do segundo tempo, derrotou o Atenas por 2 a 1, de virada, com gols de Isaías e Natan.
Determinada, a equipe comandada pelo técnico Guilherme Toscano praticamente não sentiu o peso de estrear em uma competição internacional longe de casa, no território inimigo e há menos de 24 horas de uma viagem cansativa.
A “Batalha de San Carlos”
Melhor desde os minutos iniciais, o granadeiro levava muito perigo ao gol uruguaio, prncipalmente com o meia Natan, que simplesmente infernizou a vida dos defensores do Atenas. Aos 7 minutos, ele fez bela jogada individual e deu a assistência para o centroavante Isaías, que perdeu um gol incrível de frente para o goleiro, chutando para fora.
A pressão azulina aumentava. Aos 10 minutos de jogo, Everton fez boa tabela com Natan pelo seor esquerdo de ataque. O meia arriscou da intermediária e por pouco não abriu o placar – o goleiro uruguaio salvou espalmando para escanteio. Três minutos depois, Gleidson perdeu outra chance de gol, ao aproveitar rebote após escanteio cobrado por Natan. Ele chutou de dentro da área, mas a bola encobriu o travessão.
No entanto, como a pressão inicial galiciana não resultou em gol, cumpriu-se o velho ditado futebolístico do “quem não faz leva”. O Atenas começou a gostar do jogo aos 15 minutos, quando chegou pela primeira vez perto do gol defendido por Alisson, em lance de bola parada.
Um minuto depois veio o castigo: após jogada de linha de fundo originada por escanteio, o jogador uruguaio cruzou  a bola da linha de fundo e a defesa não saiu do chão, permitindo o cabeceio livre do meia Paco. O Atenas abria o placar em San Carlos.
“O Demolidor voltou”
Mas se engana quem pensa que o Galícia sentiria o golpe. Ainda concentrado na partida, o granadeiro chegou ao empate aos 21 minutos, quando Renato descolou cruzamento perfeito da direita, na cabeça de Isaías. A cabeçada foi desferida como um tiro à queima-roupa contra o goleiro uruguaio – o azulino empatava o jogo em San Carlos.
Depois do empate, o jogo ficou menos corrido e mais cadenciado, com poucas chances de gol. Aos 35 minutos terminava a primeira etapa em San Carlos.
Expulsão, heroísmo e virada
Na volta para a segunda etapa, Guilherme Toscano promoveu a entrada de Magalhães no lugar de Gleidson. O Atenas retornou um pouco melhor, levando perigo sobretudo nas jogadas de bola parada, como escanteios e faltas.
Aos 14 minutos, um susto: o volante Carpina fez entrada dura no jogador uruguaio e acabou expulso, sem sequer ter recebido cartão amarelo antes. O time granadeiro reclamou do excesso de rigor do árbitro, mas de nada adiantou. A batalha de San Carlos ganhava mais um capítulo no Uruguai.
Com 17 minutos, Guilherme Toscano promoveu a entrada de Cesinha no lugar de Renato. “Cozinhando” o jogo, saindo nos contra-ataques, o Galícia assustava a meta uruguaia. Aos 21 minutos, Natan quase virou a partida em chute de fora da área. O goleiro espalmou a bola para a linha de fundo.
Um minuto depois, após a cobrança de escanteio, Isaías foi puxado na pequena área. Pênalti para o Galícia. Na cobrança, Natan bateu no cantinho esquerdo do goleiro uruguaio: 2 a 1 azulino. Festa granadeira em San Carlos.
Aos 27, para segurar o resultado, Toscano promoveu a entrada de Willie no lugar de Natan. A partir daí, a missão era resistir a pressão dos donos da casa. E que pressão! O jogo poderia terminar aos 35 minutos (de acordo com o regulamento da competição), mas o árbitro resolveu dar nada menos que 5 minutos de acréscimos.
A nota triste foram os gritos racistas que vieram de parte da arquibancada do estádio do Atenas. “Macaquitos, negritos”, gritavam alguns ‘torcedores’ covardes, com ódio da raça e talento granadeiros.
Mas o Galícia soube se segurar e acabou premiado. Aos 40 minutos, acabava a partida heróica, que será eternamente lembrada como a “Batalha de San Carlos”. Foram os ecos do espírito do Demolidor de Campeões.
O Galícia jogou e venceu com Alisson, Neto, Artur, Moisés e Everton; Carpina, Lucas, Renato (Cesinha) e Natan (Willie); Gleidson (Magalhães) e Isaías.
Nesta sexta-feira (8), o Galícia enfrenta o poderoso Nacional de Montevidéu, as 21h, no Campus Municipal de Maldonado.

http://galiciaec.com.br/?p=1652

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